Você já esteve
em algum velório? Há muita gente que diz detestar velórios. É
deprimente! – Contam.
– Uma choradeira sem fim. – Dizem outros. Quando eu morrer, não quero nada
disso, enterrem-me logo. – Pedem alguns.
O velório é um sagrado dever de
solidariedade, em que os amigos ofertam conforto à família. É também o período
em que, a pouco e pouco, os Espíritos do bem irão desatando os laços que unem o
Espírito ao corpo agora morto, para sua total libertação. É um momento solene
importante.
Infelizmente, poucos sabemos nos
portar de forma correta em um velório.
Antigamente, havia as carpideiras, que
expressavam gritos e lamentos e sua aflição. Enquanto enumeravam as virtudes do
falecido, profissionais da dor, tanto mais choravam, quanto mais importante
fosse o morto.
Hoje parece que chegamos ao extremo
oposto em que o velório é encarado como uma reunião social. Os velhos amigos se
reencontram e põem a conversa em dia. Os parentes tornam a se ver e também
colocam em dia as novidades. Contam-se piadas, fala-se de futebol, política,
sexo, modas. Não há sequer, a preocupação em baixar o tom de voz. E a zoeira
vai ficando maior, a medida que se aproxima a hora do enterro. Porque um número
maior de pessoas vai se concentrando.
O falecido é lembrado por alguns com
palavras elogiosas. Morreu, virou santo. – Diz o povo. Mas há sempre quem
lembre das infelicidades cometidas por ele. Brincadeiras e fofocas proliferam.
Tudo isso é desconfortante para o
Espírito, não totalmente desligado do corpo. Preso ainda à residência corporal,
transformada em ruína pela morte, ele recebe o impacto das vibrações
desrespeitosas e negativas, que o atingem de forma penosa.
Principalmente as de caráter pessoal.
Sofre assim o Espírito, embora muitas vezes se encontre em estado de
inconsciência.
É interessante que se comece a pensar
no velório como uma sala de tratamento intensivo, onde delicadas operações se
estão processando e auxiliar o Espírito desencarnado, com respeitoso silêncio.
Nosso conceito de o que fazer, e como
fazer em tal situação deve mudar. Ambiente calmo, que convide à oração. Conversas
em voz baixa, de assuntos edificantes. Se nada tiver que possa falar de bem a
respeito do que partiu, limitar-se a calar. Nem mentiras, também não
recordações das suas más ações, que o prejudicam agora, infelicitando-o.
Basta-lhe a própria consciência a lhe dizer dos erros cometidos.
Sala simples onde só as flores da
sinceridade se encontrem, não o exagero que o dinheiro compra, mas o coração
não participa.
Que a oração seja sempre lembrada e,
no decorrer das horas, os familiares, os amigos sejam convidados a se unirem em
prece pelo Espírito que se está libertando.
Para os que
permanecem, os afetos, os abraços de carinho, fraternos, o aperto de mão amigo
que expressa: Conte comigo, estou ao teu lado.
É dolorosa a hora da separação
pela morte. Possivelmente, um dos transes mais dolorosos na face da Terra. Por
isso mesmo, o apoio dos verdadeiros afetos e a solidariedade se fazem tão
importantes.
Um dia, também estaremos deitados numa
urna mortuária, e, se ainda presos às impressões da vida física, desejaremos
ardentemente que nos respeitem a memória. Não perturbem nosso desligamento.
Desejaremos que nos amparem com os
valores do silêncio e da oração, da serenidade e da compreensão, a fim de que
possamos atravessar com segurança os umbrais da vida eterna.
A vida continua e com a vida o amor
cresce, cada vez mais, fortalecendo os laços que nos santificam as esperanças.
Redação
do Momento Espírita, com base no
cap. 21 a 23 do livro Quem tem medo da morte?,
de Richard Simonetti, ed. Gráfica São João, e do verbete Amor,
do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 20.11.2013.
cap. 21 a 23 do livro Quem tem medo da morte?,
de Richard Simonetti, ed. Gráfica São João, e do verbete Amor,
do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 20.11.2013.
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