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do Banco Santander
Agencia:0493

Tesoureiro:
"João Ricardo Ferreira"

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Esmola e Caridade


Escusam-se muitos de não poderem ser caridosos, alegando precariedade de bens, como se a caridade se reduzisse a dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus e proporcionar um teto aos desabrigados.

Além dessa caridade, de ordem material, outra existe - a moral, que não implica o gasto de um centavo sequer e, não obstante, é a mais difícil de ser praticada.

Exemplos? Eis alguns:

Seríamos caridosos se, fazendo bom uso de nossas forças mentais, vibrássemos ou orássemos diariamente em favor de quantos saibamos acharem-se enfermos, tristes ou oprimidos, sem excluir aqueles que porventura se considerem nossos inimigos.

Seríamos caridosos se, em determinadas situações, nos fizéssemos intencionalmente cegos para não vermos o sorriso desdenhoso ou o gesto disprezivo de quem se julgue superior a nós.

Seríamos caridosos se, com sacrifício de nosso valioso tempo, fôssemos capazes de ouvir, sem enfado, o infeliz que nos deseja confiar seus problemas íntimos, embora sabendo de antemão nada podermos fazer por ele, senão dirigir-lhe algumas palavras de carinho e solidariedade.

Seríamos caridosos se, ao revés, soubéssemos fazer-nos momentâneamente surdos quando alguém, habituado a escarnecer de tudo e de todos, nos atingisse com expressões irônicas ou zombeteiras.

Seríamos caridosos se, disciplinando nossa língua, só nos referíssemos ao que existe de bom nos seres e nas coisas, jamais passando adiante notícias que, mesmo sendo verdadeiras, só sirvam para conspurcar a honra ou abalar a reputação alheia.

Seríamos caridosos se, embora as circunstâncias a tal nos induzissem, não suspeitássemos mal de nossos semelhantes, abstendo-nos de expender qualquer juízo apressado e temerário contra eles, mesmo entre os familiares.

Seríamos caridosos se, percebendo em nosso irmão um intento maligno, o aconselhassemos a tempo, mostrando-lhe o erro e despersuadindo o de o levar a efeito.

Seríamos caridosos se, privando-nos, de vez em quando, do prazer de um programa radiofônico ou de T.V. de nosso agrado, visitássemos pessoalmente aqueles que, em leitos hospitalares ou de sua residência, curtem prolongada doença e anseiam por um pouco de atenção e afeto.

Seríamos caridosos se, embora essa atitude pudesse prejudicar nosso interesse pessoal, tomássemos, sempre, a defesa do fraco e do pobre, contra a prepotência do forte e a usura do rico.

Seríamos caridosos se, mantendo permanentemente uma norma de proceder sereno e otimista, procurássemos criar em torno de nós uma atmosfera de paz, tranquilidade e bom humor.

Seríamos caridosos se, vez por outra, endereçássemos uma palavra de aplauso e de estimulo às boas causas e não procurássemos, ao contrário, matar a fé e o entusiasmo daqueles que nelas se acham empenhados.

Seríamos caridosos se deixássemos de postular qualquer benefício ou vantagem, desde que verificássemos haver outros direitos mais legítimos a serem atendidos em primeiro lugar.

Seríamos caridosos se, vendo triunfar aqueles cujos méritos sejam inferiores aos nossos, não os invejássemos e nem lhes desejássemos mal.

Seríamos caridosos se não desdenhássemos nem evitássemos os de má vida, se não temêssemos os salpicos de lama que os cobrem e lhes estendêssemos a nossa mão amiga, ajudando-os a levantar-se e limpar-se.

Seríamos caridosos se, possuindo alguma parcela de poder, não nos deixássemos tomar pela soberba, tratando, os pequeninos de condição, sempre com doçura e urbanidade, ou, em situação inversa, soubéssemos tolerar, sem ódio, as impertinências daqueles que ocupam melhores postos na paisagem social.

Seríamos caridosos se, por sermos mais inteligentes, não nos irritássemos com a inépcia daqueles que nos cercam ou nos servem.

Seríamos caridosos se não guardássemos ressentimento daqueles que nos ofenderam ou prejudicaram, que feriram o nosso orgulho ou roubaram a nossa felicidade, perdoando-lhes de coração.

Seríamos caridosos se reservássemos nosso rigor apenas para nós mesmos, sendo pacientes e tolerantes com as fraquezas e imperfeições daqueles com os quais convivemos, no lar, na oficina de trabalho ou na sociedade.

E assim, dezenas ou centenas de outras circunstâncias poderiam ainda ser lembradas, em que, uma amizade sincera, um gesto fraterno ou uma simples demonstração de simpatia, seriam expressões inequívocas da maior de todas as virtudes.

Nós, porém, quase não nos apercebemos dessas oportunidades que se nos apresentam, a todo instante, para fazermos a caridade.

Porquê?

É porque esse tipo de caridade não transpõe as fronteiras de nosso mundo interior, não transparece, não chama a atenção, nem provoca glorificações.

Nós traímos, empregamos a violência, tratamos ou outros com leviandade, desconfiamos, fazemos comentários de má fé, compartilhamos do erro e da fraude, mostramo-nos intolerantes, alimentamos ódios, praticamos vinganças, fomentamos intrigas, espalhamos inquietações, desencorajamos iniciativas nobres, regozijamo-nos com a impostura, prejudicamos interesses alheios, exploramos os nossos semelhantes, tiranizamos subalternos e familiares, desperdiçamos fortunas no vício e no luxo, transgredimos, enfim, todos os preceitos da Caridade, e, quando cedemos algumas migalhas do que nos sobra ou prestamos algum serviço, raras vezes agimos sob a inspiração do amor ao próximo, via de regra fazemo-lo por mera ostentação, ou por amor a nós mesmos, isto é, tendo em mira o recebimento de recompensas celestiais.

Quão longe estamos de possuir a verdadeira caridade!

Somos, ainda, demasiadamente egoístas e miseravelmente desprovidas de espírito de renúncia para praticá-la.

Mister se faz, porém, que a exercitemos, que aprendamos a dar ou sacrificar algo de nós mesmos em benefício de nossos semelhantes, porque "a caridade é o cumprimento da Lei."

RODOLFO, Calligaris,. As Leis Morais. FEB.

LENDO E COMENTANDO


HERMÍNIO MIRANDA
Na revista inglesa “Two Worlds”, nunca faltam os comentários de Silver Birch, obtidos nas sessões que se realizam no circulo iniciado por Hannen Swaffer. Recentemente, como informa o número de Julho de 63, compareceu a uma daquelas sessões a famosa Michaela Denis, que realizou, com seu ma­rido, uma série de filmes do tipo “safari”, para a televisão britânica.
Já havia lido muito sobre o guia espiritual e estava ansiosa por falar-lhe diretamente. O Espírito a recebe cordialmente e lhe faz interessante observação: “Antes de mais nada, devo explicar que se me torna muito difícil corresponder à imagem que de mim pintaram. Não sou o sábio onisciente que parece emergir dessas palavras impressas. Sou apenas um ser humano como a senhora mesma, que caminhou um pouco mais ao longo da estrada da vida e fez uma revisão na sua caminhada, porque umas poucas experiências me proporcionaram certo conhecimento. Gostaria de compartilhar esse conhecimento com quem quer que se interessasse em recebê-lo. Alegro-me em saber que alguma coisa, do que tenho dito, encontrou abrigo nas almas e nas mentes alheias.”
Pouco adiante prega a unicidade perfeita da vida, dizendo que o mesmo espírito divino anima todas as criaturas e recomenda à sua ouvinte que nunca se canse de trabalhar pelo ideal de compaixão para com os animais, pois que “essa é a razão pela qual a senhora se encarnou no mundo da matéria. Há muito tempo - prossegue o Espírito -a senhora decidiu voltar (come back) a fim de desempenhar importante papel na campanha destinada a ajudar a neutralizar o sofrimento causado por homens desorientados, voluntariosos e perversos”.
E’ bom chamar a atenção do leitor para a pregação reencarnacionista de Silver Birch, o mais respeitado, admirado e famoso guia espiritual ora entre os ingleses. Isso porque não falta quem diga que os Espíritos que se manifestam no mundo anglo-saxônio são contrários à reencarnação. Aqui temos um que o não é; e, como dizia o sábio, é bastante um urubu branco para provar que nem todos os urubus são negros.
A tranqüila sabedoria deste Espírito é fonte de constante satisfação para todos os que o ouvem e lêem. Para tudo quanto lhe perguntam tem uma resposta adequada e oportuna. Sabedor de que uma pessoa não queria interessar-se pelos fenômenos psíquicos, porque tinha medo, respondeu o Espírito: “E’ o medo do desconhecido, tal como o da criança que teme a escuridão. Mas a escuridão é parte integrante do amor do Grande Espírito, da mesma forma que, a luz. Sem a sombra não haveria a luz nem a vida, porque toda a vida germina na sombra. Entretanto, nada deve ser forçado nesta esfera. Quando o espírito estiver pronto, ele próprio haverá de inquirir.”
Mais adiante, lembra sua ouvinte que o pioneirismo exige que por ele se pague um preço. Mas, diz Silver Birch, “contar-lhe-ei um segredo: Se fosse fácil tomar-se pioneiro, não valeria a pena sê-lo”.
E depois, volta a insistir em que é apenas “o porta-voz de uma sabedoria maior”. Umas poucas linhas atrás, ensinava que “servir, servir, servir, essa é a religião do Espírito”. E acrescentava: “Não nos interessam rituais, cerimônias, credos, doutrinas ou dogmas. Isso não importa, a não ser, talvez, para produzir alguma satisfação de natureza estética.”
Menciona, a seguir, as dificuldades que às vezes temos de enfrentar, pelo fato de possuirmos um corpo físico. Recomenda que não nos deixemos do­minar por esses problemas. “Vocês são - já disse isto antes - Espíritos na posse de um corpo e não corpos que têm um Espírito, o que é inteiramente diferente. O corpo é servo, o Espírito é rei. Não transponham essas posições.”
*
Prossegue a publicação da série de comunicações recebidas por intermédio de Geraldine Cum­mins, acerca do mundo espiritual dos pássaros. O Espírito comunicante se dirige à irmã encarnada, para falar do trabalho que ele vem desenvolvendo nos “laboratórios da Natureza”. Conta-lhe as coisas que ela viu em sua companhia quando, afastada do corpo físico pelo sono fisiológico, foi inteirar-se da atividade do irmão desencarnado. Há muita coisa interessante na comunicação, que relata o imenso, delicado e altamente técnico trabalho de estudo e preparo que vai no simples nascimento de um pás­saro ou de uma borboleta, bem como o estudo dos sons e das cores que vão servir a esses minúsculos seres de Deus.
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C. K. Shaw descreve em sua coluna a reação (favorável) que teve ao seu artigo anterior sobre a fé, que ele considera, e com justeza, uma força real e poderosa como a gravidade ou a eletricidade.
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Edmund Bentley conta um simpático episódio no qual um sábio Swami, em Baleshwar, na Índia, salvou a vida de um tigre da paixão destruidora de dois caçadores ingleses. O Swami tinha uma espécie de contrato com os animais de toda a região: nem os bichos incomodariam os homens, nem estes àqueles. Os dois ingleses estavam a ponto de pôr tudo a perder, quebrando o trato. O misterioso Swami se ofereceu então para aparecer à noite, sob o luar, com um tigre vivo e uma corça e passar em frente ao posto onde estariam os ingleses, para que estes, deslumbrados pelo espetáculo da fraternidade entre homens e bichos, desistissem de seus propósitos. Isso foi feito e tudo acabou bem, mas os ingleses custaram um pouco a crer nos seus próprios olhos.
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A Sra. Anne Doodley analisa o livro “An Outline of Spirituol Healing” de Gordon Turner (publicado pela firma Parrish, ao preço de 16 shillings). O autor, segundo esclarece a nota crítica, fala de suas experiências de médium curador que, pratica­mente, não vê limites no poder de realizar o que dantes se chamava “milagre”. Descreve um dos seus casos notáveis, informando que, chamado para acudir um gatinho de estimação que havia sido atropelado, concluiu que nada mais podia fazer. O bichinho mal respirava; um veterinário já lhe havia aplicado uma injeção sedativa para evitar-lhe o sofrimento. O Sr. Turner achou, porém, que deveria ajoelhar-se e orar com as mãos estendidas sobre o gatinho, para “ajudar a passagem do seu espírito para uma região mais feliz”. Qual não foi sua surpresa, porém, ao cabo de dois ou três minutos, ao ver o bichano levantar-se, atravessar a sala e ir tranquilamente tomar um pouco de leite. Não teve mais nada e tornou-se um animal adulto.
“A cura espiritual - diz ele - não resulta da intervenção direta de Deus para derrogar suas próprias leis. E’ a restauração de um estado de harmonia, conseguido pelo ajustamento nas relações entre o ser físico e o espiritual.”
Aí está uma explicação perfeitamente aceitável e de acordo com a melhor doutrina. Não deixa de ser bastante alentador verificar-se que os princípios pregados pelo Espiritismo, há um século, vão-se divulgando uniformemente pelo mundo afora, num trabalho notável que traz em si uma unidade de propósitos e de inspiração realmente extraordinários.
*
Um leitor que assina R. Fenn, oferece a idéia de um aparelho eletrônico para dispensar a necessidade do médium na comunicação espírita. A coisa é algo complicada e, ao que parece, o próprio autor da idéia não tem uma concepção muito nítida da máquina. Em resumo, porém, seria um aparelho que, em contacto com a pele do indivíduo, receberia dos músculos deste os sinais captados do mundo espiritual e os transmitida, eletronicamente, a urna agulha que, por sua vez, registraria as vibrações num cilindro de cera. Depois, era só tocar o cilindro para ouvir os sons ali gravados. A idéia, diz o autor, é baseada no princípio de que “isso a que chamamos Espíritos são, na realidade, grupos de atitudes mentais, qualidades, memórias, etc. (que integram a personalidade) e ocasionalmente se ligam ao médium”.
Ao pé da carta do leitor, a revista imprimiu um comentário sóbrio, mas bastante lúcido: “Estaria correta a presunção de que “isso a que chamamos Espíritos são na realidade grupos de atitudes mentais, etc.?”
Não é preciso comentar. O Espírito sobrevive mesmo, integralmente, como entidade consciente, dono de uma vontade própria, tal como era na Terra. A única diferença é que não tem mais seu corpo físico. Não é, pois, um mero conjunto de atitudes mentais. E uma consequência, que se baseia numa premissa falsa, também sai falsa.
*
Algumas páginas adiante a revista transcreve uma comunicação firmada pelo Espírito de Lorde Curzon, na qual o comunicante apresenta seguros argumentos contra a tese de que o médium retira de seu próprio subconsciente o teor das suas produções. “Com que faculdade, pergunta o Espírito, a mente seleciona inconscientemente o assunto, põe­-no em ordem e o reproduz num estilo correto, tão velozmente, e ao mesmo tempo adota, como autor fictício da comunicação, um nome pessoalmente desconhecido?” Em seguida, volta-se para a Psicologia e a critica de forma inteligente. Termina dizendo que, sem desejar profetizar, “dentro de poucos anos vossos livros didáticos de Psicologia parecerão mais antiquados que Tomás de Aquino
*
Finalmente um pequeno trabalho de W. O’Neil, que julga a mediunidade algo “contagiante”, por assim dizer, pois que, ao lado de certos médiuns, outros se desenvolvem paulatinamente, por um pro­cesso magnético ainda pouco estudado. No intercâmbio de vibrações da aura do médium para a daqueles que o cercam, se processam fenômenos de natureza magnética. O médium, na opinião do autor, seria uma espécie de eletro-magneto a receber força dos que se acham à sua volta.
Não tenho conhecimento científico para discutir o assunto, mas a idéia parece pelo menos digna de consideração. Em nosso meio, já existem estudos altamente eruditos contidos nos livros “Evolução em Dois Mundos” e “Mecanismos da Mediunidade”, ambos da Federação. E’ uma pena que a ciência oficial ainda não se tenha dedicado mais profunda­mente ao assunto. Quando o fizer, os livros espíritas servirão de subsídio precioso às suas pesquisas. Lá chegaremos em breve, segundo todos nós esta­mos sentindo, tanto encarnados como desencarnados. E’ o que confirmava ainda há pouco o Espírito de Lorde Curzon, o grande político e pensador inglês.

Fonte: Reformador, fevereiro, 1964
Responsável pela transcrição: Wadi Ibrahim

domingo, 27 de maio de 2012

PALESTRA ESPÍRITA


PRECONCEITOS À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA


Numa viagem aérea, uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, ao ocupar seu lugar na classe econômica, viu que o passageiro a seu lado era negro. Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo, dizendo-lhe ser um absurdo terem-na colocado ao lado de um negro. Portanto, exigia uma mudança de assento...
A aeromoça procurou acalmá-la, e afirmou que ia verificar a disponibilidade de lugares no avião. Voltou, em seguida, confirmando que a classe econômica e a executiva estavam lotadas; contudo, havia um lugar livre na 1ª classe. Explicou que essa troca de lugares não era permitida, mas que, tendo em vista as circunstâncias, o comandante considerou que seria inadmissível obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável. Então, ante a surpresa da mulher branca, atenciosamente dirigiu-se ao senhor negro, convidando-o a ocupar a poltrona da 1ª classe!... E foi aplaudida pelos outros passageiros...

Embora com elogiável desfecho, eis aí um terrível exemplo de preconceito, que é “qualquer opinião ou sentimento, favorável ou desfavorável, concebido sem exame crítico, conhecimento ou razão, isto é, formado antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos”; é uma “idéia preconcebida”, que leva à aversão e à intolerância a outras raças, credos, religiões, etc., conduzindo até a entranhadas superstições.

Infelizmente, existe também entre crianças: numa Creche Municipal, em Salvador, a professora trouxe para a sala de aula bonecos com vários tons de pele e fotos de pessoas de características físicas diferentes. Uma das crianças, Brenda, com 3 anos e meio, apontou a fotografia de uma menina negra, e disse que era “feia’; quando a professora lhe perguntou “por que era feia?”, ela respondeu “porque ela é igual a mim!...”

Absurdamente, vários desses conceitos que numerosas pessoas assumem como seus, foram-lhes transmitidos de geração em geração, habitualmente sem justificação plausível que os ampare como legítimos: “todo cigano é ladrão”, “todo judeu é avarento”, “os índios são improdutivos e preguiçosos” (preconceitos étnicos); “mulher ao volante é um perigo”; “o velho está ultrapassado”, etc...

Dizem os psicólogos que os preconceitos geralmente estão ligados a três causas, que claramente se inter-ligam: a ignorância (falta de conhecimento sobre determinado assunto), invariavelmente acompanhada de teimosia, que é sua “escrava fiel”; o medo (o milenar da lepra, o da aids, o de tudo que é diferente ou desconhecido, etc.); e, finalmente, o orgulho. Como vemos, a base geral é sempre a ignorância.

E as conseqüências são terríveis, levando à discriminação, à marginalização, à violência, a antagonismos que conduzem a débitos dolorosos... (exemplo: a 11 de maio deste ano, a internet transmitiu notícia do Estado indiano de Gujarat, onde um homem, tornando-se pai de gêmeas, considerou que, por serem meninas, era sinal de má sorte; assim, matou-as ao enterrá-las vivas!...)

O Espiritismo aniquila qualquer forma de preconceito, através de seguros e comprovados esclarecimentos: Deus é “Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” (L. Espíritos, # 1); os espíritos (nós) fomos todos criados “simples e ignorantes, isto é, sem saber” (idem, # 115); todos temos o mesmo destino: a felicidade absoluta, através da conquista da perfeição relativa (nunca seremos iguais a nosso Criador), alcançada paulatinamente nas diversas encarnações; todos com as mesmas oportunidades de aprendizado e progresso; reencarnaremos seguindo planejamento prévio visando resgatar erros pretéritos, ultrapassar provas pedidas e realizar as missões - ainda pequenas - que nos cabem (idem, # 132: objetivo da encarnação); desse modo, em cada encarnação vivenciamos determinadas situações (financeira, social, física, familiar, etc.), exatamente as que nos são necessárias ao aprendizado e à evolução; Deus ama a todos os seus filhos igualmente, sem “protecionismo” (nada de “anjos”, “demônios”, etc.).

Por conseguinte, somos todos iguais, irmãos (L. Espíritos: “Da Lei de Igualdade”); apenas as situações se invertem nas diferentes encarnações, para nosso crescimento espiritual. Preconceito é anti-evangélico, irracional, absurdo! A convicção lógica na reencarnação e a certeza da justiça e do amor divino o destroem!...

O Espiritismo, “Cristianismo Redivivo”, ensina-nos que o valor real de cada um de nós não está na aparência, mas no que pensamos, sentimos e agimos acorde com as leis divinas, seguindo os ensinos do Cristo, que é para nós “o Caminho, a Verdade e a Vida”. Numa quermesse em pequena cidade da Amazônia, um senhor vendia balões de cores variadas; bom vendedor, para chamar a atenção das crianças, deixou um balão vermelho se soltar e elevar-se nos ares, depois um azul e um branco. Um indiozinho a tudo assistia fascinado, observando que o balão amarronado, da cor de sua pele, não era solto. Foi ao vendedor e indagou: “Se o senhor soltasse o marrom, ele subiria também?” O vendedor sorriu, e soltando o dito balão, respondeu: “Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz subir.” É isso mesmo! Busquemos a verdade que anulará o medo e destruirá o orgulho, pois somos todos “balões-irmãos” elevando-nos rumo Pai, nosso Criador!

Ivone Molinaro Ghiggino

SINTOMAS FÍSICOS EM RAZÃO DAS MUDANÇAS PLANETÁRIA


Esta mensagem nos fala sobre as reações que estamos tendo no nosso dia a a dia, face às mudanças pelas quais estamos passando e pelas situações adversas que estamos enfrentando, tanto em casa, como no trabalho, na nossa vida. Leiam e identifiquem-se com algumas delas ou com a maioria.
Mesmo nos sentindo assim, temos que ajudar os outros (os que não percebem isso) com a nossa energia, pois estamos sendo ensinados para isso.

AS NOVAS MUDANÇAS
Por: Dr. James Hurtak, Phd


As dores físicas, especialmente na coluna, ombros e costas:
Isto é resultado de intensas mudanças no nível do DNA à medida que "a semente da nova energia" vai despertando dentro de vocês. Tudo isto passará.

Sentimento de profunda tristeza interior sem razão aparente:
Vocês estão liberando seu passado (desta vidas e de outras) e isto provoca este sentimento de tristeza. É como a experiência de se mudar de uma casa onde vocês moraram por muitos anos para uma nova. Quanto mais vocês quiserem ir para esta casa nova, mais experimentarão a tristeza de deixar para trás as recordações, a energia e as experiências da casa antiga. Tudo isso também passará.

Mudanças repentinas no trabalho e na profissão:
Sintoma muito comum. Quando vocês estão mudando, as coisas ao seu redor também mudam. Não se preocupem em encontrar o trabalho ou a profissão perfeita. Tudo isto passará. Vocês estão em período de transição e deverão passar por muitas mudanças de trabalho antes de encontrar o que realmente os atrai.

Afastar-se das relações familiares:
Vocês estão conectados com sua família biológica através do carma passado. Quando termina o ciclo cármico, os vínculos estabelecidos com essas relações se liberam. Ainda pode parecer que a relação com sua família e amigos esteja à deriva. Tudo isto também passará. Passado um tempo, vocês poderão novamente retomar a relação com eles se for apropriado. De qualquer maneira, essa nova relação se baseará numa nova energia, sem vínculos cármicos.

Padrões de sono anormais:
Pode ocorrer que vocês se sintam muito sonolentos ou despertem muitas noites entre as 2 e as 4 horas da manhã. Há muito trabalho a ser feito em seu interior, o que faz com que a mente necessite de uma folga. Não se preocupem. Se não puderem pegar no sono outra vez, levantem e façam alguma coisa em vez de ficar na cama preocupando-se com assuntos mundanos. Tudo isto também passará.

Sonhos intensos:
Podem incluir sonhos com conteúdo de batalhas ou guerras, sonhos em que são perseguidos ou sonhos com seres monstruosos, ou que correm para fugir de algum monstro. Vocês estão literalmente liberando velhas energias de dentro de vocês. E estas energias do passado são representadas como lutas. Tudo isto passará.

Desorientação física:
Algumas vezes se sentirão como se não estivessem pisando no chão.

Sentir-se desafiado pelo espaço:
Com a sensação de não conseguir pôr os pés no chão ou de andar entre dois mundos. Durante a transição de sua consciência para uma nova energia, o corpo pode ficar estafado. Vocês precisam passar mais tempo na natureza para enraizar a nova energia em seu interior. Tudo isto passará.

Aumento das conversas consigo mesmos:
Vocês se verão mais frequentemente falando com o seu eu interno. Há um novo nível de comunicação assentando-se no seu ser. Vocês estão experimentando a ponta do iceberg com essa sua conversa interna. As conversas se intensificarão e se farão mais fluidas, mais coerentes e mais visionárias. Vocês não estão ficando loucos; apenas estão dando vazão à nova energia.

Sentimentos de saudade:
Ainda que estejam na companhia de outros, podem sentir-se sós e separados dos demais. Poderão sentir o desejo de se afastar dos grupos e da multidão. Como humanos angélicos, estão caminhando para o caminho sagrado que cada um tem que trilhar por si próprio. Quanto mais ansiedade esses sentimentos de saudade lhes causam, mais difícil será interagir com os demais nesses momentos. Os sentimentos de saudade também estão associados ao fato de que os seus “guias” anteriores se foram. Eles estiveram com vocês por todas as viagens, em todas as vidas. Mas veio o momento de se afastarem para que vocês pudessem partilhar seu espaço com sua própria Divindade. Tudo isto também passará à medida que a voz interior se encha com o Amor e a energia da própria consciência Crística.

Perda da paixão:
Vocês podem sentir-se totalmente desapaixonados, ou com pouco desejo de fazer as coisas. Está bem assim. Isto também faz parte do processo. Vocês tomarão algum tempo para não fazer nada. Não lutem consigo mesmos por isso, porque tudo isto passará. É parecido com o ato de reiniciar o computador. Vocês necessitam parar por um breve período para carregar um software novo e mais sofisticado, que, neste caso, é a nova energia da semente Crística.

Um profundo anseio de voltar para Casa:
Esta é a condição mais difícil e desafiante de todas. Vocês poderão experimentar um desejo profundo e irresistível de deixar o planeta e retornar ao "Lugar". Não é um sentimento suicida, pois não está baseado em raiva nem em frustração, e vocês não querem nenhum drama, nem para vocês nem para ninguém. Há uma parte muito pequena de vocês que quer voltar para Casa, pois vocês completaram seu ciclo cármico, concluíram o contrato com a vida atual, e estão liberados para se empenhar em uma nova vida.

Porém, ainda estão num corpo físico, e mesmo que estejam preparados para aceitar os desafios relativos à entrada numa Nova Energia, e de fato vocês poderiam voltar para Casa neste exato momento, vocês percorreram um longo caminho, e depois de tantas vidas, seria vergonhoso se vocês deixassem a cena antes de o filme terminar.

Além disso, o Espírito necessita que vocês ajudem os demais a fazer a transição para a nova energia. Eles necessitam de um guia humano, como vocês, que caminharam da velha energia para a nova. A senda pela qual vocês estão caminhando os provê de experiências que os capacitaram a chegar à maestria do Novo Humano Divino.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Que é a Carne?


"Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito." - Paulo. (GÁLATAS, capítulo 5, versículo 25.)

Quase sempre, quando se fala de espiritualidade, apresentam-se muitas pessoas que se queixam das exigências da carne.
É verdade que os apóstolos muitas vezes falaram de concupiscências da carne, de seus criminosos impulsos e nocivos desejos. Nós mesmos, freqüentemente, nos sentimos na necessidade de aproveitar o símbolo para tornar mais acessíveis as lições do Evangelho. O próprio Mestre figurou que o espírito, como elemento divino, é forte, mas que a carne, como expressão humana, é fraca.

Entretanto, que é a carne?

Cada personalidade espiritual tem o seu corpo fluídico e ainda não percebestes, porventura, que a carne é um composto de fluídos condensados? Naturalmente, esses fluídos, em se reunindo, obedecerão aos imperativos da existência terrestre, no que designais por lei de hereditariedade; mas, esse conjunto é passivo e não determina por si. Podemos figurá-lo como casa terrestre, dentro da qual o espírito é dirigente, habitação essa que tomará as características boas ou más de seu possuidor.

Quando falamos em pecados da carne, podemos traduzir a expressão por faltas devidas à condição inferior do homem espiritual sobre o planeta.

Os desejos aviltantes, os impulsos deprimentes, a ingratidão, a má-fé, o traço do traidor, nunca foram da carne.

É preciso se instale no homem a compreensão de sua necessidade de autodomínio, acordando-lhe as faculdades de disciplinador e renovador de si mesmo, em Jesus-Cristo.
Um dos maiores absurdos de alguns discípulos é atribuir ao conjunto de células passivas, que servem ao homem, a paternidade dos crimes e desvios da Terra, quando sabemos que tudo procede do espírito.

XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 13.