A luta pela sobrevivência está transformando o homem num ser solitário, inseguro e indiferente. Há desagregação da vida em comunidade, disseminação da desconfiança, estímulo à competitividade destrutiva e aumento da insegurança.
Hoje, a maior parte das pessoas vive correndo atrás de prazer, luxo, poder e posição social. Essa “correria” atrás de bens transitórios, “que os ladrões roubam e que as traças corroem”, faz com que nossa sociedade viva em constante estado de preocupação. Cresce a angústia e a felicidade parece impossível. Por causa dessa “correria”, os valores espirituais permanecem adormecidos, sobrepujados pelos apelos da matéria, que, dia após dia, aproxima-se do aniquilamento e da morte.
Quando crianças, em nossa mente, realizamos todos os nossos sonhos, Mas, quando crescemos, esses sonhos se atrofiam ou são esquecidos, esmagados pelas informações negativas que nos chegam a todo o momento, anunciando crises econômicas, guerras, fome, miséria, abandono, preconceito, doença, violência e crueldade. Vivemos numa sociedade amedrontada, de futuro incerto.
Dentro de nossos corações desenvolve-se a crença de que a vida não vale a pena e a felicidade é impossível. Mas isso não é coisa dos tempos de hoje. O homem sempre quis saber onde e como encontrar a felicidade. As sugestões lhe chegam pela boca de filósofos e profetas, mensageiros divinos, que apontam ao homem o caminho da paz e da felicidade. Mas, por algum motivo, o homem não compreende a mensagem, permanecendo inseguro, lacrimoso, isolado.
Na Grécia antiga, Epícuro dizia que “a sabedoria é a chave da felicidade – devemos exercitar a virtude para as sensações sejam substituídas pelos valores espirituais”.
Diógenes declara que “o homem deve viver de acordo com a própria consciência, ignorando todas convenções humanas e sociais”. Ele pregava o abandono do supérfluo, para viver o mais naturalmente possível.
Sócrates, cujo pensamento é considerado como precursor do espiritismo cristão, pregava que “o homem não é suas roupas ou seu invólucro, mas seu Espírito”.
No hinduísmo, escrito nos Vedas, encontramos a citação de que “para se chegar ao Nirvana (paraíso, felicidade), é preciso cultivar a serenidade, a pureza, o desprendimento, a caridade, a veracidade e a compaixão”.
Buda, o iluminado, refere que “a fonte de todo o mal e de todo o sofrimento está no desejo – cobiça, egoísmo”. Incentiva seus seguidores a viver uma vida equilibrada, desprendida das coisas materiais, norteados pela caridade, pois somente “o conhecimento e o amor são as chaves da evolução e da felicidade”.
“Bem aventurado aquele que dominou o egoísmo, pois atingiu a suprema felicidade”.
“Bem aventurado aquele para o qual deixaram de existir toda a paixão, toda a malicia, todo o desejo e toda a cupidez”.
Jesus, o maior mestre de todos os tempos, declarou que “a felicidade não é deste mundo”, ensinando ao homem viver em busca de valores eternos que tragam a felicidade plena, e não apenas o prazer fugaz, arrebatador e imediato.
Muitas outras reflexões em torno da felicidade poderiam ser exaustivamente citadas, mas todas elas nos indicam que estamos procurando no lugar errado e da forma errada. Talvez a felicidade plena não seja possível, pois a vida na Terra nos impõe uma série de dificuldades, a começar pela própria transitoriedade de nosso corpo físico, que adoece, envelhece e morre. Mas depende de nós amenizarmos nossos males e sermos tão felizes quanto pudermos sobre a Terra.
“A felicidade é um jeito de viver, é uma conduta, é uma maneira de estar agradecido ao Sol, à Lua, a quem lhe estende a mão e também a quem abandona, pois certamente nesse abandono está a possibilidade de você descobrir a força que existe em seu interior.... A maior parte do nosso sofrimento provém de nossas crenças, da maneira como achamos que a vida será resolvida. Simplesmente não percebemos que quando quisermos poderemos mudar o rumo da nossa vida”.
Ter o necessário para a vida material e trazer a consciência tranqüila devem bastar para sermos felizes. Mas ninguém será feliz se não acreditar nessa possibilidade.
Experimente acreditar que há dentro de você muita força, beleza e luz. Promova uma reforma em sua maneira de pensar. Olhe para dentro de você, conheça a natureza de seus pensamentos mais íntimos, elimine os que lhe empurram cada vez mais para o fundo do poço. Seja seu melhor amigo e motive-se para superar todos os obstáculos e desafios. Compreenda que a vida é dinâmica e que nenhum sofrimento permanece conosco para sempre.
Não se considere infeliz por estar experimentando a dor e o sofrimento, no momento presente, Entenda que toda experiência dolorosa nos oferece grandes oportunidades de crescimento.
(SEJA FELIZ –Diga não à depressão – Elaine Aldrovani)
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